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Orai à vossa maneira

Orai à vossa maneira

A ORAÇÃO DOMINICAL
Adaptação de um muito especial capítulo de "O Mestre Philippe, de Lyon", Volume III, de autoria de Sri Sevãnanda Swami, 2º Patriarca Expectante.


Em sua natureza ampla e ecumênica, o Rito Expectante convida: Orai à vossa maneira Irmãs e Irmãos... E sobre a Prece, o Mestre Philippe ensina:


- "É necessário rogar sem cessar e agradecer. Pode-se orar em qualquer parte e em qualquer momento, porque Deus não está jamais longe de nós; somos nós quem às vezes nos mantemos afastados dele... Basta pedir do fundo do coração, sem fórmulas sábias, pois que procurando em qualquer parte, nos milhões de mundos e de sóis semeados pela mão do Pai, jamais se achará nada melhor que a Oração dominical; e se não ousais vos dirigir a esse Pai tão bom, rogai à Virgem e ela apresentará a vossa súplica ao seu Filho, que a aceitará." No entanto, para que a vossa voz suba até o Céu, é preciso ser pequenino: o Céu só escuta aos débeis."

- A humildade é necessária para que a prece seja ouvida. As preces dos homens são ouvidas e ultrapassam o departamento da matéria, desde que Jesus Cristo se fez carne.

- Orai e Vigiai, O Céu pode TUDO!

- E se algum dentre vós tem fé, tudo lhe é possível: fazer chover em tempo de seca, parar o vento que sopra e isso três horas após tê-lo pedido, e até instantaneamente, se for preciso. Mas por que ter medo, sempre medo? Estou diante de vós e estou atrás de vós. Fui antes e serei após, e onde quer que esteja, estou em casa, e eis porque, quando aqui estais, estais na vossa casa.


"A Prece é o grande mistério e pode, para aquele que percebe a influência do Cristo, Deus vindo em carne, permitir receber as mais elevadas influências em ação no plano divino".
(Instrução anotada no túmulo do mestre Papus, no Cemitério de Père Lachaise, em Paris).



Vimos acima que o Muito Excelso Mestre recomendava, em modo especialíssimo, usar do Pater - o Pai Nosso - quando não se estivesse orando em modo espontâneo, improvisado e "sem fórmulas sábias", como dizia Ele. Poderia parecer, então, desnecessário comentar o Pai Nosso, oração que todos conhecem no mundo ocidental. No entanto, acontece que os próprios Evangelhos são prova evidente, e muito sugestiva, de vários fatos:

1º) Que as versões dadas nos diferentes Evangelhos variam entre si, como por exemplo as que são atribuídas a São Mateus (VI, 1-13) e a São Lucas (XI, 1-4). Isso, sem entrarmos a considerar que o MEM já nos explicou que os Apóstolos nunca escreveram, eles mesmos, nada disso tudo!

2º) Entre as versões católicas e as protestantes, há diferenças que podem ser ponderáveis, inclusive a muito importante do versículo final - em uso pela Igreja Reformada -, em São Mateus, que nas versões protestantes inclui: "mas livra-nos do mal, porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém". A parte que grifei é muito importante, vinda do ensinamento profundo, e tanto os Gnósticos como os Kabbalistas, a usavam; porém completa e clara, como a darei logo adiante.


Achamo-nos, assim, diante de duas evidências: a primeira, que pela forma em que a Oração Dominical é dada, na versão São Lucas, se vê que o que importava dar ao povo era o sentido geral. É até interessante reproduzir o comentário da "Versão Crítica" da Bíblia, da Pontifícia Universidade de Salamanca:
 

"A fórmula conservada por São Lucas é mais breve que a transmitida por São Mateus (6,9-13). A brevidade pode explicar-se de duas maneiras: ou porque o Mestre, sem ater-se a uma fórmula fixa, a deu aqui mais breve, ou porque o evangelista ou seu informador quiseram dar a substância antes que a fórmula precisa"  (o grifo e a versão brasileira são nossos).



A segunda evidência é que há sentidos mais elevados, que se tornam "esotéricos, ocultos", pelo simples fato de que nem todos que recitam o Pater os percebem. Daí resulta também que muitos procuraram estudar os sentidos profundos do Pai Nosso, como veremos depois. E, com o já exposto, também ficarão mais claros os ensinamentos do MEM PHILIPPE, que darei adiante.

Finalmente, devo indicar que, para não romper a bela sequência dos ensinamentos do MEM sobre a Oração Dominical, cito (antes de reproduzi-los, a parte que parece ser um comentário do próprio MEM e que, em "Révélations", obra de Michel de Saint Martin, tal ensinamento-comentário diz assim:
 

"O Pater foi dado a alguns daqueles aos quais se falava, para encorajá-los. Ele é ainda a prece da maioria, e isso porque sempre há almas, seres que não vemos, que estão presentes e aos quais essas palavras fazem refletir (meditar, pensar). São eles que nos induzem em tentação. No momento em que oramos e pronunciamos essa frase, eles, que nos atormentavam, se recobram e se dizem: 'Mas, por que nos entretemos em fazer mal a estas crianças?'. Porém, o verdadeiro soldado que deseja ir para diante, não deve dizer: "Não nos induzais em provação".


Você terá observado que o MEM aponta que, na opinião dele, o Pater foi dado para alguns e que, até deveria já ter sido substituído por nova forma, ou pela oração espontânea, mas que segue sendo necessário para a maioria, pelas razões que o MEM dá, e que significam especialmente que: todos nós ainda somos tão relativamente impuros e crianças que, perto de nós, junto a nós, dentro de nós, acham-se quase sempre esses seres, ou essas almas, que nos induzem à tentação, e que a Oração Dominical afasta... até o próximo erro nosso!


QUE O VOSSO NOME SEJA SANTIFICADO. É um preito que prestamos a Deus ao iniciar a nossa prece. Não se deve procurar outro sentido. Esta prece, que nos vem do Céu pelo Filho, não pode pronunciar-se sem que aquele que a diz do fundo do coração esteja unido em intenção com Nosso Senhor. Quando pronunciamos: DAI-NOS HOJE NOSSO PÃO, isso quer dizer "dai-nos o pão da alma que é o sofrimento". O sofrimento é a nutrição da alma, como o trigo é o alimento do corpo. Se nos alimentamos, é para viver, e a vida da alma é a sua comunhão com Nosso Senhor.

Como comungar com Ele? Dando pelos nossos irmãos uma parte da nossa felicidade como Cristo tem dado Sua Vida para fazer-nos participar da Vida Eterna, até que o menor de entre nós tenha chegado ao Reino dos Céus, no qual o sofrimento é transmutado e torna-se alegria (júbilo).

Os interesses materiais não devem entrar em consideração no Pater, porque Deus provê a todas as nossas necessidades materiais. O pequeno inseto, que não diz a prece, não recebe a vida?

NÃO NOS INDUZAIS EM TENTAÇÃO. Essas palavras nunca foram dadas, mas têm sido muito pronunciadas. NÃO NOS DEIXES SUCUMBIR NA TENTAÇÃO. Eis o que se deve dizer. Deus não pode ser o autor das nossas tentações, mas Ele permite que Satã nos tente a fim de que reconheçamos que sem Ele nada somos. A tentação à qual se resiste é o melhor meio de trabalho, mas não devemos expor-nos a ela para avançar. Aquele que quer salvar sua alma perde-a. Todo homem trabalha porque tem dentro de si, ao mesmo tempo que os sete pecados capitais, as Virtudes que lhes são opostas.


Não farei grandes comentários, porque não somente é tudo muito claro, como ainda: ninguém procure mais do que precisa saber, já que poderia perder sua alma... e, como todos temos dentro de nós, aqueles sete pecados e virtudes que lutam, às vezes alternativamente, outras simultaneamente, em nossos instintos, sentimentos, pensamentos e até em nossa região que acreditamos religiosa ou ideal, darei então, simplesmente, diferentes versões do Pater, que se completam e comentam umas pelas outras, além dos esclarecimentos que cada uma traz. Estão em ordem crescente de dificuldade de compreensão. Mas, o MEM já nos disse que a versão de todos conhecida é "o melhor que há em milhões de sóis e de universos", ou seja: apta para salvar a maioria das almas!

 

ORAÇÃO DOMINICAL
(Versão: Mateus VI, 1-3 ou São Lucas XI, 1-4, com as grandes variantes entre o texto latino e o dos fiéis, nos Missais Católicos, e ainda maiores nas versões Protestantes, reunidas.)

"PAI nosso que estás nos Céus; santificado seja o Teu Nome;
venha (chegue, advenha) - a nós - o Teu Reino;
feita seja a Tua Vontade, assim na Terra como no Céu.
O pão quotidiano (de cada dia) dá-nos hoje; perdoa as nossas ofensas (dívidas) como perdoamos aos nossos devedores (os que nos ofenderam).
Não nos deixes cair (ou não nos induzas, ou não nos metas) na tentação; e livra-nos do Mal (ou do Malvado, ou do Pecado).
Porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém."

 

O PATER CLÁSSICO E COMPLETO
(ressaltando o que deve ser meditado para compreender)

"PAI nosso que estás NOS CÉUS; santificado seja o TEU NOME;
advenha a nós, o TEU REINO (isto é:) feita seja a TUA VONTADE, assim na TERRA como no CÉU.
O PÃO DE CADA DIA SUCESSIVO (do grego: epiusion: vindouro, ou seja: consequência) dá-nos hoje.
Perdoa as nossas dívidas como perdoamos aos nossos devedores.
Não nos deixes cair na tentação e livra-nos do Mal.
Porque teus são a Coroa do Poder, e o Reino; a Justiça e a Misericórdia, pelos Eões. Amém."

 

O PATER ESPONTÂNEO, NUMA CELEBRAÇÃO EXPECTANTE:

"PAI nosso, que estás em todos os Céus, santificado seja o Teu Nome!
Que possa advir em nós o Teu Reino, quando façamos a TUA Vontade!
E que ela seja feita nesta Terra como neste Céu, e no céu da nossa alma como na terra do nosso corpo!
O pão de cada dia, da tríplice experiência: material, moral e mental, de que tanto precisamos, nos dá também hoje!
Perdoa as nossas ofensas (à tua Santa Lei) - como perdoarmos, e como perdoamos, aos que nos ofenderam em nossa pequena personalidade!
Não deixes que nos ponham em tentação, porque cairíamos logo! Mas livra-nos de todo mal!
Porque teus são a Coroa do Eterno Poder e o Infinito Reino, em Tua infalível Justiça inseparável da Tua inesgotável Misericórdia, através de todos os Ciclos de Geração de Seres, como de Mundos!
OM et Amém!"

 

ADAPTAÇÃO DO PATER AO IDEAL
(Imagem do Pai, no mundo Moral)


"Ideal realizador que és em meu Céu interior.
Que teu nome seja manifestado pelo devotamento.
Que tua influência evoluidora seja realizada.
Que teu domínio se estenda em meu corpo, como estendido é no meu coração.
Manifesta-me cada dia tua presença certa.
Desculpa as minhas debilidades
Como perdoo as dos fracos mortais, meus irmãos.
Preserva-me das miragens da matéria perversa, mas livra-me da desesperança.
Porque tu és a Realeza e o Equilíbrio e a Força, na eternidade da minha Intuição!"

 

O PATER, ADAPTAÇÃO À VERDADE
(Imagem do Pai no mundo Intelectual)


"Verdade viva que és em meu Espírito imortal.
Que teu Nome seja afirmado pelo Trabalho.
Que tua manifestação seja revelada.
Que tua Lei chegue à matéria como ela chegou ao Espírito.
Dá-nos cada dia a Ideia criadora.
Perdoa-me a minha ignorância, como perdoa a dos ignorantes, meus irmãos.
Preserva-me da Negação estéril, mas livra-me da dúvida mortal.
Porque tu és o Princípio e o Equilíbrio e a Regra, na unidade da minha Razão."

 

PRINCÍPIO PATERNO DE REDENÇÃO NO MUNDO MATERIAL
(Mundo no qual, diz Papus, os versículos negativos tornam-se positivos, e reciprocamente):


"Ó Sofrimento benfazejo que és na Raiz da minha encarnação.
Que teu Nome seja santificado pela coragem na prova.
Que tua Influência seja compreendida.
Que teu fogo purificador queime meu corpo como queimou minh'alma.
Vem cada dia evoluir a minha natureza indolente.
Vem destruir a minha preguiça e meu orgulho.
Como destróis a preguiça e o orgulho dos pecadores, meus irmãos.
Preserva-me das covardias que poderiam incitar-me a te afastar, porque só tu podes me libertar do mal que criei!
Porque tu és a Purificadora, Equilibrante e Redentora presença, no ciclo das minhas existências!"

 

O PATER, ADAPTAÇÃO KABBALÍSTICA


"Ó Iod criador que és em Ain-Soph.
Que Kether teu Verbo, seja santificado.
Que Tiphereth esplendor do teu reino, emane seus raios.
Que IAVE Tua lei cíclica, reine em Malchuth como ela reina em Kether.
Dá cada dia a Neschamah a iluminação de uma das 50 portas de Binah.
Opõe a Misericórdia infinita de Chesed às cascas que crio em minha Imago quando,
desconhecendo uma das 32 vias de Chocmah, emano o rigor de Ruach para os meus irmãos.
Preserva a Neschamah das atrações de Nephesch e livra-nos de Nahasch.
Porque tu és Mesch, O Princípio ou EL; Tiphereth, o Esplendor criador ou IOD; e Iesod, A Matriz, ou MEM, - nos ELOHIM!"

 

Assim, pelo Pater, cada um de nós emite o voto que, para nós e por todos, santificado seja o Nome, pelo respeito que da Lei se tenha: dentro de nós mesmos, sobre esta Terra e nos Céus físicos, astrais e superiores que a rodeiam; assim como nas partes correspondentes que nos compõem. Que nos seja dado trigo para o corpo; prazer e dor, facilidade ou oportunidade e dificuldade ou sofrimento, como precisamos. Que saibamos perdoar, para sermos perdoados. E que só nos chegue a quantidade de mal e de tentação a que possamos resistir ou da qual possamos nos soerguer com a Ajuda do Pai e de seus Anjos. E, com as adaptações de tão maravilhosa Prece, a todos os atos e modos da nossa vida interior e externa, isto é: de relação "com os seres que nos habitam e em nós evoluem; assim como, com os que rodeiam e nos dirigem!
Que Assim Seja! Amém!

E que todos possamos aprender a orar, com ou sem palavras, admirando em tudo a Lei, a Sabedoria, o Amor e a Presença (Nome) do Pai, porque: "Só se ama bem aquilo ou Aquele que se admira".

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