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A CARIDADE

A CARIDADE

Por Thoth, 3º Patriarca Expectante

O dia corria tranquilamente, me levando a um estado de monotonia irritante que produzia em mim uma inquietação perturbadora. Não me sinto bem quando parado, sem ter nada que fazer. Isto é inerente a minha maneira de ser, pois sou uma criatura ativa, inquieta.

Bem, pelo menos não sou do tipo “morno”, felizmente. Porque é um pesado carma o indivíduo ser “morno”, haja vista que: “O morno é um indivíduo que não faz o Bem nem o Mal. Os mornos atravessam a vida sem agir, permanecem estacionados – nem o inferno os quer”. Palavras do Mestre Amo Philippe. A meu ver, são pessoas apagadas. Vivas, porém, sem vida...

Mas, vamos deixar os mornos na sua vida vegetativa e direcionarmo-nos para o objetivo a que me proponho: a Caridade.

Todos conhecem pelo menos o termo – caridade – mas o problema não é só conhecer o termo. É sentir no âmago a essência do seu valor.

Muitas pessoas têm me perguntado: “Existe discriminação ao se fazer caridade”.

Respondo com a afirmativa: Sim, existe, lamentavelmente, e isto é um crasso erro de quem age dessa forma. Porque, a meu ver, a CARIDADE é um dos mais importantes veículos que nos conduzem ao tão recomendado AMOR AO PRÓXIMO. É certo que sem caridade não pode haver o AMOR.

Veja bem, a discriminação é efetuada por todo indivíduo que quer se locupletar ao fazer “alguma” caridade, quando ela é visível e pode ser propalada, nem que seja com disfarçado alarde pelos quatro cantos, com o objetivo de engrandecimento próprio. Entretanto, veja o que diz o Mestre Amo Philippe: “Ao se dar uma esmola, faça-o na sombra e sem esperar recompensa do Céu, pois que, se tiver esse pensamento, você por si mesmo se paga. Mas, dê a esmola com bondade, como se fosse uma coisa devida a um irmão”.

Isso confirma e caracteriza com realidade a existência da caridade com discriminação no modo de fazê-la...

Ser caridoso não é só tirar da algibeira minguados níqueis e ainda por cima escolhendo os de menor valor, e dá-los como esmola. Ao proceder dessa forma, estamos, na maioria das vezes, dando o que nos está sobrando. A caridade é DOAR-SE de algum modo a alguém estranho, sem esperar retribuições. Quer seja pobre ou rico, independentemente de cor, raça ou religião. É olhar para alguém que seja um estropiado, sujo, imundo, fedorento ou não, e não sentir pena, mas, sim, SIMPATIA. Ter um sentimento de solidariedade pelo sofrimento, procurando de alguma forma ajudar a abrandá-lo, confortando-o com palavras e ações POSITIVAS. É encaminhá-lo a algum lugar para receber alguma assistência. É dar-lhe alimentação, se possível carinho, e um pouco de CALOR HUMANO, pelas suas ações. Ainda bem que fazer isso demanda empregar algum dinheiro e tempo. Ótimo! Porque, se assim não fosse, isso incentivaria a USURA, a mesquinhez em deixar de dar até as minguadas moedas... Que horror!

A CARIDADE não tem bandeira colorida, faustosa, mas tem no outro lado a  coloração indescritível emanada do AMOR. Cuja base é o fundamento, o alicerce de todas as coisas.

Diz o Mestre Amo Philippe: “A caridade não consiste somente em dar seus bens”.

Bem, agora, com esse ensinamento, sei que muitas pessoas podem pensar mais “aliviadas” em fazer alguma coisa.

Há uma infinidade de coisas que se pode fazer e que, se forem feitas, serão uma grande caridade. Vejamos: impedir que os pecados de uma pessoa sejam revelados (quantas e quantas pessoas têm prazer em falar nisso); suportar os que nos são antipáticos; não ridicularizar quem quer que seja; não falar mal dos ausentes (além de ser falta de caridade, ainda demonstra nossa covardia, porque, se a pessoa estivesse presente, não falaríamos). Julgar o próximo também é falta de caridade. Mesmo porque está dito em São Mateus, 7:1 – “Não julgueis para não serdes julgados”. 2 - “...porque, com o juízo que julgardes, sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido hão de medir para vós”. O Nosso Senhor Jesus-O-Cristo disse ainda em São Mateus, 6:3 – “Mas quando deres uma esmola, não saiba a tua mão esquerda o que fez a direita"; 6:4 – “...para que tua esmola seja dada ocultamente e teu Pai, que vê em segredo, te recompensará”. Mestre Amo Philippe disse muitas vezes: “Que uma coisa só é suficiente para ser ouvida por Deus: A CARIDADE".

Vê... Tudo isso pode ser feito sem o emprego de bens materiais, pessoais, mas é necessário também que se lembre do que está dito em São Mateus, 6:19 – “Não junteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam”. V. 20 – “...porque onde estiver vosso tesouro, aí estará também o vosso coração”. E qual é o depósito mais importante que se pode acumular no reino da Eternidade? É a CARIDADE, cuja é a base fundamental para ativar na criatura o AMOR indiscriminado. Não o AMOR possessivo, egoístico, restrito e por esta razão é sempre um AMOR sofrido. É pela prática da CARIDADE sem interesse de recompensa por fazê-la que se cristaliza a ALMA no cadinho do coração do praticante, atingindo dessa forma o clímax do ideal, ou seja, o AMOR que pode levá-lo a um dia conseguir “Amar o próximo como a si mesmo”...

É nesse contexto, pois, que está o “abre-te Sésamo” da evolução espiritual de cada um.

Eia! Sus! Avante! Alce a bandeira da CARIDADE e siga as pegadas do grande Avatar Crístico – Senhor Jesus...

A Igreja Expectante e a Grande Ordem dos Cavaleiros de Philippe de Lyon mantêm sua cruzada espiritual estimulando a praticar a CARIDADE e orientando os futuros Obreiros da Vida Eterna.

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