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170 anos da Encarnação do Eleito

170 anos da Encarnação do Eleito

Arquivo Sri Sevãnanda Swami

"Há sobre a terra, escreveu Papus, seres excepcionais que vêm aqui como o Salvador que desceu aos infernos, isto é, livremente e sem nada mais ter que pagar: são enviados. Eles se caracterizam pelos poderes particulares, aliados a uma modéstia muito grande".

"Durante o curso de nossa existência terrestre, tivemos a felicidade de conhecer um destes seres e de fazê-lo conhecer por alguns de nossos amigos. Todos quantos dele se aproximaram foram tocados pela maravilhosa irradiação, que dele se desprendia, encontrando-se em nosso Tratado Elementar de Ciência Oculta uma fraca descrição desse homem, sob os traços do nosso mestre espiritual”.

"Ele, ai de nós, deixou a Terra há poucos anos e já não se comunica com seus pobres amigos e discípulos se não através dos véus do Além".

"Ora, esse homem, quando dava lições, o fazia sempre com tato perfeito, sem ferir a consciência de quem quer que fosse, evitando sempre o escândalo físico ou mental".

 

Neste 25 de abril de 2019, ano de Seu 170º natalício, também reunimos em Sua homenagem depoimentos de outros que tiveram o privilégio de com Ele conviver. Os trechos abaixo foram selecionados entre depoimentos de autoria do Dr. Emmanuel Lalande (Marc Haven), Jean Bricaud, Marie Lalande e André Lalande, publicados pelo Dr. Philippe Encausse, filho de Papus e afilhado do MEM, em sua obra “O Mestre Philippe, de Lyon, Volume I”.

 

"Sim, meu filho e meu amigo, tive um Mestre e um Pai: M. Philippe, de quem fomos - Papus e eu -, discípulos dedicados e amigos preferidos. Nele está a verdade e o caminho, a força e a paz, Saint Yves d'Alveydre pode ter "interessado" a vosso pai (Papus), como a outros, mas não vos deixeis ir para esse lado. Amai M. Philippe. Pensai Nele e tomai-O como mestre e diretor de vossos pensamentos, de dia e de noite”.

“Vossa mãe dir-vos-á que não era um homem, mas o Verdadeiro Mestre. O único que tinha poderes e dava provas, quando o queria, de tudo quanto dizia. Como Nosso Senhor Jesus Cristo, ele viveu, sofreu, desabrochou almas, consolou, ressuscitou mortos e Ele nada escreveu. Meditai sobre isso. Papus vinha a nossa casa, em Lyon, a L’Arbresle, para ali buscar a Vida e a Luz, ele, cujo espírito era tão aberto, tão rápido em compreender e cujo coração era como ouro puro”.

“Sou e ficarei sendo o vosso grande amigo. Coragem, trabalho, êxito... Com relação a explicar-lhe M. Philippe, querido amigo, seriam indispensáveis semanas de comunhão mental, antes de poder dar-lhe um simples lampejo. Tornai a ler o meu "Mestre Desconhecido" e nele achareis muitos traços "seus"; citai-o, quando for oportuno, àqueles cujo coração estiver sinceramente enamorado da verdade. É preciso crer que aqueles, cujo coração está sinceramente enamorado da verdade, são bastante numerosos”.

Outorgou-nos J. Bricaud, também, interessantes pormenores sobre o Mestre, a quem teve a honra de conhecer na própria Lyon: "Fui apresentado ao Mâitre Philippe", escreveu, "no decorrer de uma das sessões da rua Tête d' Or, pelo seu genro o Dr. Lalande. Ele teve a bondade de me aceitar entre os seus alunos".

"A primeira vista, nada no Mestre chamava a atenção. Pequeno, de ombros fortes, de corpulência acentuada e um pouco barrigudo, de aspecto jovial, poder-se-ia tomá-lo, facilmente, por um pequeno contista bonachão. Cabelos castanhos abundantes, partidos ao meio, orlavam uma testa alta e saliente. Uma ruga, bastante acentuada, separava os olhos que, em contraste, eram azuis, sob pesadas pálpebras, índice de predisposição à clarividência. Usa grande bigode, meio caído. Um robusto pescoço suportava esse conjunto fisionômico".

"Tinha conservado, de sua origem camponesa, um jeitão de bonomia e gostos singelos".

"Tal era a impressão que produzia à primeira vista". "Era só após uma palestra que a notável suavidade de seu olhar, associada a sua invulgar penetração, bem como o tom de sua voz, o equilíbrio de seus dizeres e o seu sorriso tomavam conta da gente. Era, no mais alto grau, um persuasivo, servido por maravilhosos dons psíquicos".

"Com o seu encanto e a torrente de eflúvios magnéticos que projetava em torno de si, podia realizar, sobre seres acessíveis, todos os soerguimentos da vontade, impor as mais severas disciplinas, repreender ou absolver com uma autoridade que nenhum outro homem teria estado em condições de adquirir. Ele era da raça dos Cagliostros e dos Vintras, daqueles que geram a fé, a fé que ergue as montanhas!”.

"M. Philippe era de muito acolhedora disposição. Tinha cabelos escuros e finos, usando-os um pouco compridos e jogados para trás. Alguma coisa, totalmente livre, desprendia-se Dele e a sua autoridade absoluta traduzia-se, sem nenhum esforço, ou encenação. Muitas vezes, chegando perto das pessoas, dizia-lhes em poucas palavras algo que as preocupava desde muito tempo e que não sabiam como Lhe dizer convenientemente. Outras vezes, Ele referia a alguma das pessoas presentes um fato relativo à vida dessa pessoa e só por ela conhecido ou, ainda, uma palavra que fora dita em segredo. E, sobretudo, Ele dava força moral para suportar as provações... Philippe era de extrema vivacidade e, amiúde, enquanto era visto falando com alguém, num canto da sala, já estava em outro lugar, tendo-se aproximado, antes de chegar a vez, de alguma pessoa da assistência. É assim que foram operadas numerosas curas: a distância. Vendo a dor no coração de alguém, vinha conceder-lhe alívio ou, às vezes, fazia uma observação inesperada a algum assistente que, no intervalo de suas visitas às sessões, não tinha mantido uma promessa, feita para obter uma melhoria ou então tinha agido mal numa forma que pensava ignorada por todos. Aquele que, deste modo, se via descoberto, ficava confundido e não sabia onde se meter... Philippe estimava que a prática valia muito mais que a teoria, mas a prática, por Ele ensinada, quase sempre se dirigia a um auditório de seres simples e, com frequência, sem cultura. Não se deverá concluir, deste fato, que Philippe nunca falava de outra maneira, pois ele respondia a cada um segundo seus conhecimentos e capacidade".

"M. Philippe não era apenas um curador nato, como aparecem de vez em quando e que, graças a uma faculdade psicológica ainda inexplicada pela medicina moderna, realizam curas tão reais quanto surpreendentes. Ele os superava infinitamente, graças ao seu profundo sentimento das forças desconhecidas, da presença de Deus e da sua inspiração, ao mesmo tempo em que, pela sua autoridade moral sobre os que o cercavam, e sobre os doentes que, em multidão, o vinham visitar. O espetáculo dessa ação fazia compreender aos que a presenciavam, mesmo como meros observadores, o que puderam ser os Profetas, rodeados por seus discípulos, e quase seria preciso dizer o Cristo em meio aos seus Apóstolos".

“Era, Ele, tão diferente de nós, tão grande em conhecimento, tão livre, que nenhuma de nossas medidas a Ele se adapta. Lógica, moral, sentimento de família, tudo isso não era para Ele o que é para nós, já que a vida inteira se apresentava a Ele com o passado e o futuro interligados num só todo espiritual, do qual Ele sabia a natureza, a essência, as razões e as leis; de tudo isso, Ele possuía as engrenagens. Falar sobre Ele? Seria indispensável ter podido falar, antes, durante dias, com aquele a quem se quisesse expressar o Seu pensamento, sobre tudo quanto nos rodeia, matéria e força, pensamento e sensação, e ter chegado a uma concepção, perfeita e idêntica, dos dois, de todo o Universo e de nós. Seria preciso, depois, que o ouvinte chegasse a representar-se, especialmente a sentir - porque o centro de tudo, em nós, é o coração e não a razão - a realidade, a verdade de um ser como Ele, não como possível, se não como necessária. Então, aquele que sobre Ele falava talvez pudesse ser compreendido!”.

"E também, como já vos disse, o ensinamento de M. Philippe resumia-se em poucas, pouquíssimas coisas. De um só ponto tudo dependia: a AUTOMODIFICAÇÃO, a forja, a modelagem, a tempera pessoal, até que a criatura fosse a ausência do egoísmo e o amor integral, a bondade total para com o semelhante. Porque, sem isso, tudo é necessariamente falso. Sem isso, tudo é chamado à morte, ciências e virtudes, atos e teorias ou pensamentos, vida ou felicidade, tudo enfim. Com isso, tudo nos é dado: progresso, harmonia, poder, felicidade e possibilidade de tornar outros felizes e conhecimento progressivo de tudo, do mundo, dos homens e de Deus".

"Juro que isso é tudo e que M. Philippe não ensinou, nem praticou nada diferente. Como Ele, porém, já ia alto sobre essa rota, tão alto que não se pode dizer se Ele já se encontrava nas imediações do cume, ou se já o ultrapassara, enquanto nós estamos cá em baixo. Possuía Ele, portanto, esse conhecimento, esse poder do qual lhes falei acima e com o qual sonha o nosso desejo. Ele realizava, pelos seus feitos benfazejos, curas morais e físicas, atos de ciência ou de milagre (vale dizer superciência para nós), dando provas de que era verdadeiro o seu ensinamento".

"Eis um dos conceitos de Philippe: ‘Para construirmos uma casa, precisamos começar pela base, porque tudo ruirá, se a começarmos por cima. Seria indispensável possuir materiais; esses materiais são o amar ao semelhante como a si mesmo’. São esses materiais que, com mais frequência, nos faltam”.

A Igreja Expectante espera que os testemunhos acima publicados tenham permitido aos leitores desta biografia travar um amplo conhecimento com o Mestre Espiritual de Papus.

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