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Não fale mal dos ausentes

Não fale mal dos ausentes

Por Thoth, 3º Patriarca Expectante

Com o olhar perdido no vazio do espaço, eis-me a fazer conjeturas no terreno vacilante dos devaneios...  De repente, uma pergunta se me apresenta:

Por que toda conversa, mexe e remexe, converge em “se falar dos outros”? Por que estamos sempre falando dos ausentes?

É... Não resta dúvida. É duro enfrentar a realidade. Mas a realidade está aí para quem quiser se dar ao trabalho de fazer um estudo, uma pesquisa, uma observação no meio em que vive e frequenta.

Assim, à guisa de estudo, experimente:

Coloque-se à parte, quieto, calado, e passe a observar o desenrolar da conversa do grupo que estiver em sua presença ou perto de você. Verificará, estarrecido, que sempre a maior parte da conversa gira em torno de alguém ausente... E, geralmente, a conversa é daquelas!... “Cruz credo!”...

Acho isso lamentável. A meu ver, é uma demonstração de grande falta de caridade para com o próximo e, ao mesmo tempo, denota uma das mais incômodas posições pessoais, pois ressalta a covardia de que se é possuidor porque, se o ausente de que se fala estivesse presente, duvido que o locutor tivesse a coragem de se expressar como estava falando, de uma forma, muitas vezes, pejorativa.

Repare também como nós nos ocupamos, em grande parte, com a vida dos outros: a maneira como se veste, como vive, como procede, como trabalha ou como é preguiçoso. A casa, o carro que possui, como anda... Enfim, vivemos observando tudo, com a maior minudência, com referência à vida do próximo, e nos esquecemos quase totalmente da nossa própria existência, daquilo que realmente somos. Nos condicionamos aos fatos, aos exemplos observados de como vive o próximo. Com isto, abrimos também desta forma o nosso próprio campo de comportamento para as observações alheias sobre nós, sofrendo desta maneira também as maledicências, as injúrias, calúnias, mentiras e outras coisas mais. E sempre em dobro ou triplo do que falamos dos outros. Neste círculo vicioso caminham as criaturas humanas, tecendo suas próprias vidas, seu futuro e seu destino.

Eu sei que não é fácil dizer isto, mas é necessário. Se analisarmos o que falamos dos outros, iremos verificar que oitenta a noventa por cento do que dizemos é fruto daquilo que possuímos dentro de nós mesmos. E com esta maneira de proceder estamos procurando uma válvula escapatória, uma desculpa para nossos erros e faltas pessoais, as quais não temos a capacidade de, através de uma autoanálise, encontrar em nós. Assim externadas as nossas deficiências, procuramos, como se fosse uma satisfação para nós, encontrá-las nas observações que fazemos dos outros!...

Saibam que TODOS os erros que existem no nosso próximo SÃO os nossos PRÓPRIOS erros, às vezes, em ESTADO LATENTE.

Vocês irão dizer-me que não fazem isso ou aquilo. Certo. Não o fazem visivelmente, mas todos os erros vivem bem lá no fundo do nosso ser, escondidinhos, prontos a eclodir no momento preciso. Sejamos honestos conosco mesmos e, através de um preciso e correto exame de consciência, vamos verificar que o resultado, oh!, o resultado!... Espero que não fiquemos apavorados...

O dia em que compreendermos como é perniciosa esta maneira horrenda de proceder, o dia em que passarmos a viver nos observando e deixarmos a vida dos outros em PAZ, nesse dia a humanidade será mais feliz, pois deixará de pagar seus débitos daquilo que disse falando dos outros. Porque nesse dia não haverá mais a aplicação da Lei de CAUSA e EFEITO. A Lei de RETORNO, referente a esse terrível mal social humano que é FALAR MAL DO NOSSO PRÓXIMO. E também está isento disso aquele que consagra sua vida às cousas divinas - Deus - porque ele passa a não se importar com as opiniões alheias a seu respeito. Sabendo que a Lei é bem clara: “Não passará um só til, iota, que não tenhamos que pagar”. Aqui está bem compreensível o processo da Lei da Reencarnação, pois sem ela não teríamos chance de resgatar todos os nossos débitos.

Em concomitância com a Lei acima expressa, diz o Mui Excelso Mestre Amo Philippe: “Aquele que joga uma pedra no próximo, o faz a si mesmo. Seria preferível tomar um punhal a se servir de sua língua para fazer o Mal. Só podemos falar se a pessoa estiver presente. Mas, como somos bastante corajosos, não o fazemos. Comecem devagar a não falar dos ausentes. Virá um momento no qual não se terá mais ocasião, e não julgarão mais ninguém, pois vocês saberão que é um pecado. Em verdade, lhes digo: Se fizerem esforços para não falar mal dos seus irmãos, o Céu nada lhes recusará”. Do Livro “Evangelho, Vida e Palavras do Mestre Amo Philippe”

Bem, acho que para o tema em questão já foi bastante satisfatório o que foi dito. Espero, todavia, que ponham em PRÁTICA tudo aquilo que aprenderam, pois, do contrário, jamais passarão de eruditos intelectuais... E isto quer dizer: Não se realizarão espiritualmente, o que é lamentável.

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