Carregando...

Entrevista com Madre Violeta, a filha de Sevãnanda

Entrevista com Madre Violeta, a filha de Sevãnanda

Sacerdote Gérard

A filha única de Sri Sevãnanda Swami, 2º Patriarca Expectante, partiu para a Pátria Espiritual ao final de 2015.
Gravada no Santuário Madre, La Plata, Argentina, em 12 de maio de 2010, por 37 minutos com início às 15h39.

 

Quando finalmente descobri seu paradeiro, contatei a Madre Violeta por e-mail e tornei-me amigo dela no Facebook. A busca já se estendia muito. Pedi que me permitisse visitá-la. Era segunda, 10 de maio, dia de embarcar para a Argentina. Parti ainda sem resposta. A viagem havia sido planejada como uma espécie de retiro, para “comemorar” meu natalício, no dia seguinte, e, ao mesmo tempo, lembrar o primeiro ano da ascensão de meu querido Mestre Thoth.

Ao chegar ao hotel, cheio de expectativa, chequei os e-mails e... Lá estava! Sua dedicada assistente pessoal, Stella Maris, havia conseguido agendar a audiência, tão sonhada, para 15h30 de 12 de maio, quarta-feira. Pediu-me amorosamente que não me atrasasse, pois a Madre havia cancelado compromissos para nos receber.

Doze de maio era dia de protestos trabalhistas em Buenos Aires, manifestantes nas ruas, engarrafamentos. Demorou até que conseguíssemos sair da região metropolitana. A 140 km/h, guiados por Horácio, um anjo local, curiosamente um sujeito com certos traços de Cedaior, chegamos, Cathia, eu e Valentino Thoth, ao Santuário Madre, em La Plata, distante sessenta quilômetros do Centro de Buenos Aires: Calle 35, nº 209, entre 115 e 116. Diante daquele portão não restaram dúvidas. Era ali. Horácio prometeu enviar-me as multas para o Brasil.

Vinha me preparando havia anos para buscar esta aproximação. Primeiro, pela possibilidade que traria de alcançar maior e melhor compreensão sobre partes da trajetória de nossos antecessores. Afinal, entre os vivos, hoje, quem seria mais apropriada que uma descendente direta para nos trazer impressões sobre Cedaior e Sevãnanda? Segundo, achava que ao fazê-lo estaria contribuindo para aclarar as origens da Igreja Expectante. Mas vamos perceber, nas linhas abaixo, que a Obra foi muito mais difundida no Brasil do que no país de fundação.

Stella Maris nos recepcionou. Atravessamos o longo corredor até o Santuário empurrando o carrinho do bebê. De lá, fomos encaminhados à residência da Madre e acomodados em um confortável sofá. Ao avistar aquela senhora e seu largo sorriso, impossível não pensar: “Como se parece com o pai e, principalmente, com o avô”. Logo ficou evidente que estávamos ali a trabalho. E ficou claro que diante de nós estava uma mulher de ação. Tal pai, tal filha... Clima realmente cordial e fraterno, iniciamos:

 

SACERDOTE GÉRARD – É um prazer estar aqui com a senhora. Estamos muito felizes de poder fazer este contato. Quero agradecer desde já pela sua receptividade, pelo seu carinho, e dedicar esta gravação a todos os Expectantes, de todo o Brasil e do mundo. Madrecita, como era o seu pai?


MADRE VIOLETA – Meu pai tinha um coração assim, grande (estende amplamente os braços), de bom que era. Era um pouco exigente. Porém, me ensinou a caminhar direito. Muito meu amigo. Mais que papai, era amigo. Um amigo fiel, sempre disposto a ajudar, a ensinar a lei da verdade. Sempre me ensinando a verdade. Não coisas vãs, se não a verdade. Servia à verdade, ao amor, ao bem. Realmente me preparou para que eu pudesse servir a este Mestre (aponta a imagem de Saint Germain, em um pequeno altar, ao lado de sua poltrona) que é todo bondade, misericórdia e tudo de bom. Assim, foi um pai muito bom, ainda que exigente, no que tange a cumprir o que me tocava a cumprir. Era muito inteligente. Nunca me pedia algo, aos meus oito anos, que me correspondia aprender aos catorze. Era muito lógico. Foi um grande pai, amigo. O amei e amo muito.


SACERDOTE GÉRARD – Quantos anos de convivência a senhora teve com ele?

 

MADRE VIOLETA – Com ele foram catorze anos. Porque minha mãe (Lothusia, primeira esposa do Mestre), quando se foi, ele já havia tomado outro caminho. Havia tomado o caminho do serviço. E minha mãe cuidava de mim. Então, foram catorze anos que estive com ele. Depois, quando viemos para Montevidéu, cada um tomou a sua vida, porque eu já era grande. Éramos amigos, sigo as instruções e ensinamentos dele, de modo que ia e foi tudo bem, sempre bem. Depois, vim para Buenos Aires, me casei, e nunca mais nos vimos.

 

SACERDOTE GÉRARD – E com teu vovô, Cedaior?

Com meu avô Cedaior tive relações, digamos assim, com ele, até mais ou menos os oito anos. Porque ele também ia e vinha. Ia a e vinha de distintos lugares. Também foi um avô muito terno, e me encantava quando tocava o violino. Era um músico esplêndido, suave, doce, amoroso. E também muito inteligente, muito desejoso de expandir, propagar os ensinamentos. Porque os ensinamentos de vocês (da Igreja Expectante) e os nossos (da Chama Violeta EU SOU) ensinam o bem, o que é bom. Tudo vale, tudo serve. Há pessoas que estão prontas para os seus ensinamentos, há pessoas que estão prontas para os nossos ensinamentos, outras que estão prontas para os de outras fontes. Tudo aquilo que ensina o bem vale. Tudo que ensina o que é bom vale.

 

SACERDOTE GÉRARD – Claro...

 

MADRE VIOLETA – E vocês lá, a que Mestre servem especialmente?

 

SACERDOTE GÉRARD – Ao Mestre Philippe de Lyon...

 

MADRE VIOLETA – Hein?

 

SACERDOTE GÉRARD – Ao Mestre Philippe de Lyon.

 

MADRE VIOLETA – Ah... Aaaaaaaahhhhhhhhh... (Seu rosto agora está dominado por uma onda de luz, sua expressão, que já era terna, é tomada por um largo sorriso. Seus olhos brilham ainda mais). A este também eu amo! Mestre Philippe! Mestre AMO! Sim, eu o amo!

 

SACERDOTE GÉRARD – Somos soldados do Mestre Philippe...

 

MADRE VIOLETA – Que lindo! Então, tudo que ensinam é bom, é amor, é caridade, é misericórdia...

 

SACERDOTE GÉRARD – Serviço, entrega, renúncia, amparo.

 

MADRE VIOLETA – (balançando a cabeça positivamente) Sim...

 

SACERDOTE GÉRARD – A senhora ouviu falar da Igreja Expectante?

 

MADRE VIOLETA – Muito pouco. Muito pouco. Porque, eu tomei este caminho. Quando meu papai voltou ao Brasil, nos separamos. Quando veio este senhor aqui, ã-hammm, ééé... Não houve compatibilidade. Entendeu? Assim que, sei muito pouco sobre a Igreja. E antes disso, Sevãnanda estava na Maçonaria, que é um pouco diferente disto (a obra da Chama Violeta). Respeitamo-nos!

Nota da Redação 1: Anos atrás, um senhor, brasileiro, visitou a Madre Violeta dizendo-se “reitor” (SIC), herdeiro ou dono, legítimo representante ou enviado especial, não só da Igreja Expectante, mas de todas as Ordens de que era depositário o Mestre Sevãnanda...

 

SACERDOTE GÉRARD – Claro... Claro...

 

MADRE VIOLETA – Porém, sempre a base foi o amor. O amor e o respeito, como tem que ser, não é?!?

 

SACERDOTE GÉRARD – Quando o Mestre Saint Germain “tocou” a senhora?

 

MADRE VIOLETA – Quando meu filho se foi. Ele me ajudou, me consolou, me confortou.

 

SACERDOTE GÉRARD – Quantos filhos a senhora teve?

 

MADRE VIOLETA – Tive dois. Um está vivo. O outro... Puseram-lhe fim à vida... Por um erro político. Assassinaram-lhe!

 

SACERDOTE GÉRARD – Na ditadura?

 

MADRE VIOLETA – (assentiu com a cabeça, mas evitou verbalizar a resposta) Assim que ele (Saint Germain) me ajudou muito e depois eu me entreguei a ele.

 

SACERDOTE GÉRARD – A senhora quase foi uma Mãe de Maio, quase esteve na Praça de Maio (local onde até hoje mães argentinas protestam e pedem respostas sobre seus filhos “desaparecidos”)?

 

MADRE VIOLETA – Estive sim na Praça de Maio... Representando a ele (aponta novamente a imagem de Saint Germain).

 

SACERDOTE GÉRARD – Com qual dos dois filhos aconteceu isso?

 

MADRE VIOLETA – Com o mais novo. O outro vive, está aqui em La Plata.

 

SACERDOTE GÉRARD – Como é o trabalho que a senhora desenvolve aqui e em Buenos Aires?

 

MADRE VIOLETA – Vou a Buenos Aires, faço meditações, faço transmutações. Nós servimos à Chama Violeta. E faço curas. Tudo é livre e gratuito. Aqui não se cobra nada. A Igreja Expectante cobra?

 

SACERDOTE GÉRARD – Nós não cobramos nada (a Madre mostra-se feliz), não prometemos nada, não exigimos nada. A única coisa que pedimos é que o indivíduo se modifique...

 

MADRE VIOLETA – Que ele melhore o próprio ser...

 

SACERDOTE GÉRARD – Estamos sempre de braços e corações abertos para receber quem nos procura, mas não fazemos campanhas, não convidamos ninguém a ingressar, porque esta Via é uma via de trabalho interior, individual, intransferível. E quando a criatura vê que este trabalho dói, exige entrega, às vezes ela procura outra luz...

 

MADRE VIOLETA – Mas também, amado Geraldo, há que fazer conhecer (divulgar a Obra), há que dar oportunidade...

 

SACERDOTE GÉRARD – Ao mesmo tempo...

 

MADRE VIOLETA – Há que fazer conhecer e deixar livre.

 

SACERDOTE GÉRARD – É...

 

MADRE VIOLETA – Dar a oportunidade de conhecer é uma responsabilidade nossa.

 

SACERDOTE GÉRARD – É...

 

MADRE VIOLETA – Se estamos em um ensinamento que nos tem feito felizes, que nos deu felicidade, é nossa responsabilidade expandi-la. Por isso dou muitas palestras, viajo quatro, cinco, seis vezes por semana. Por semana...

 

SACERDOTE GÉRARD – Praticamente todos os dias...

 

MADRE VIOLETA – Claro. Hoje estou aqui porque hoje temos serviço aqui. E o nosso serviço é transmitido pela internet. Assim que chegamos a muitos lugares do mundo, do planeta. Depois, recebemos e-mails, pedidos, perguntas e respondemos.

Nota da Redação 2: Ao fim desta entrevista, Madre Violeta nos convidou a permanecer e participar do “Servicio” (Missa), em seu Santuário. A reunião começou com meia hora de meditação sobre “misericórdia”. Depois, os estudantes presentes ouviram da Madre a Instrução, também dedicada a este imperioso tema. Tudo foi transmitido pela rádio online que o Santuário Madre mantém: www.radiosaintgermain.com. Os ouvintes mandaram perguntas pelo MSN e a Madre as respondeu durante o programa, ao vivo. Além disso, todas as instruções da Madre Violeta são postadas em vídeo, na internet, onde o Santuário tem canais no YouTube e no UStream.

 

SACERDOTE GÉRARD – Como a senhora entrou neste mundo novo, moderno, de internet, rádio, televisão, YouTube?

 

MADRE VIOLETA – Graças a ajudantes que tenho. Tenho muitos ajudantes que fazem tique-tique (imitando, com as mãos, o ato de digitar). Eu não faço tique-tique. Não sei.

 

SACERDOTE GÉRARD – Mas a senhora está no mundo inteiro... Vi seus vídeos, encontrei a sua rádio. Não foi fácil (pois tinha poucas indicações), tive que ser um pouco persistente...

 

MADRE VIOLETA – Tique-tique... (rindo)

 

SACERDOTE GÉRARD – É verdade... O que a Madrecita poderia dizer para os irmãos da Igreja Expectante?

 

MADRE VIOLETA – Para qualquer irmão e os irmãos Expectantes, neste mês e dia, APRENDAM A SER MISERICORDIOSOS. O que é ser misericordioso? É não causar dano a nenhuma parte da vida. Entende isto? Não causar dano, não fazer mal, não fazer nada mal a ninguém. Isto é o que nós ensinamos. Isto é misericórdia.

 

SACERDOTE GÉRARD – Qual o método, a prática diária envolvida em sua recomendação?

 

MADRE VIOLETA – Isto. Não fazer mal a ninguém. Começando pela família, pelos filhos, pelos casais, pelos noivos. Não causar dano a ninguém. Tratar de sempre fazer tudo com amor. Nós usamos muito a palavra “acordo”. Você gosta de uma coisa, eu gosto de outra? Bem, façamos um acordo. De vez em quando fazer o que você gosta. De vez em quando fazer o que eu gosto. Um acordo. Sem brigas, sem discussões, nada. O que fazemos não é religião, (dedo em riste) não é religião isto. É uma filosofia de vida. É uma filosofia de vida que é muito parecida com o que ensinava Jesus. Amai-vos uns aos outros. Não julgai. Porque do modo que julgardes, sereis julgados. Vocês crêem no carma?

 

SACERDOTE GÉRARD – Sim...

 

MADRE VIOLETA – Bem, nós também. Aquilo que semeio volta a mim.

 

SACERDOTE GÉRARD – É dando que se recebe... Aquilo que faço retornará pra mim...

 

MADRE VIOLETA – Então... (olhando para a câmera) Sabe o que ensina o Mestre Saint Germain? Viver sem fazer nunca nada que saibamos que é um erro. Aí não formamos carma negativo. Passa a ser tudo carma de luz.

 

SACERDOTE GÉRARD – Se a senhora pudesse lembrar uma conversa que teve com seu avô Cedaior, quais foram as palavras dele naquela ocasião?

 

MADRE VIOLETA – Veja... Não posso mentir. Não recordo. Era muito pequena. Porém, sei que sempre me tratou muito bem, com carinho. Isso sim ficou.

 

SACERDOTE GÉRARD – E com teu papai?

 

MADRE VIOLETA – Meu papai dizia que o amor se manifesta amando e dando liberdade.

 

SACERDOTE GÉRARD – Sem possessividade...

 

MADRE VIOLETA – Sem possessividade... Perfeito! Isso ensinava ele. Não é porque te amo que tens que fazer o que eu quero. Respeitar-se um ao outro. Amando-nos, mas respeitando-nos. Este era um ensinamento do amado Sevãnanda.

 

SACERDOTE GÉRARD – Estivemos no túmulo dele, agora, em janeiro...

 

MADRE VIOLETA – Ah, sim?

 

SACERDOTE GÉRARD – Na cidade de Betim, Minas Gerais. Vou lhe mandar as fotos. E no site da nossa Igreja, tendo a senhora oportunidade e tempo, há muitos ensinamentos do Mestre lá.

 

MADRE VIOLETA – Vocês têm o livro que ele publicou?

 

SACERDOTE GÉRARD – Yo que Caminé por El Mundo... Sim. E temos também a versão em Português, “O Homem, esse conhecido”. Temos os quatro volumes de “O Mestre Philippe, de Lyon”, sendo os três últimos escritos por Sevãnanda. E temos o original e também uma tradução feita pelo sacerdote Sarvananda, discípulo do Mestre Sevãnanda, de “El Libro de las Leyes de Vayú”, de Cedaior.

 

SACERDOTE GÉRARD – (virando a câmera para o quadro) Mestre Saint Germain...

 

MADRE VIOLETA – Saint Germain, um grande mestre. Ensina-nos a sermos bons, não aceitar a maldade, não aceitar a mentira, não aceitar o engano. Ele fala muito da energia. Nossa energia deve estar limpa, não deve estar manchada com egoísmos, violências ou coisas assim. Isto é o que nos ensina ele.

 

SACERDOTE GÉRARD – O serviço que a senhora vai oficiar daqui a pouco, como é?

 

MADRE VIOLETA – Agora vamos fazer uma meditação sobre a misericórdia. Vocês aceitam que haja retiros abertos pelos Mestres? Este mês há um retiro aberto, na parte etérica, da Senhora Kwan Yin, que ensina a misericórdia. Então, vamos fazer uma meditação sobre a misericórdia. Gostariam de permanecer?

 

SACERDOTE GÉRARD – Sim, permaneceremos...

 

MADRE VIOLETA – Ah, sim!?! Depois da meditação, daremos a instrução sobre como sustentar, manter a misericórdia e sermos bons. Cantaremos, também. E quando não entenderem algo, peçam-me que explique. Vou-lhes apresentar como são: brasileiros que conheceram nossos antepassados e que vieram ver o que estamos fazendo (rindo). Nós somos abertos.

 

SACERDOTE GÉRARD – Qual foi o tema da meditação de ontem?

 

MADRE VIOLETA – Este mês estamos meditando sobre a misericórdia, sempre. Porque está aberto esse retiro da Amada Kwan Yin. Depois vou lhe dar uma foto.

 

SACERDOTE GÉRARD – Maio é o mês da misericórdia?

 

MADRE VIOLETA – Mês da misericórdia, compaixão e perdão. Todos os caminhos que conduzem ao amor são bons.

Nota da Redação 3: O vídeo “Instrução Sobre Misericórdia, pela Amada Senhora Kwan Yin”, a que tivemos o privilégio de assistir no Santuário em 12 de maio de 2010, esteve na internet por muitos anos, neste link: http://www.ustream.tv/recorded/6865064

 

SACERDOTE GÉRARD – E seu marido? Partiu?

 

MADRE VIOLETA – (apontando para o céu) Os dois! Faz muitos anos. Vivo completamente dedicada a espalhar o ensinamento. É a única coisa que faço...

 

SACERDOTE GÉRARD – E a senhora está com 83 anos?...

 

MADRE VIOLETA – ...vou e venho, vou e venho, vou e venho.

Nota da Redação 4: A senhora Nunia (nome civil da Madre Violeta), co-fundadora dos Grupos de Atividade “EU SOU” na Argentina (Grupos de Ensinamentos para a Nova Era), nasceu a 5 de fevereiro de 1927, em Curitiba-PR. Mudou-se com os pais para Montevidéu quando tinha apenas um ano de idade. Jamais voltou ao Brasil.

 

SACERDOTE GÉRARD – Madrecita, de que maneira podemos ajudar a divulgar, a viver a sua obra?

 

MADRE VIOLETA – Nossa obra está dedicada a melhorar o planeta. O planeta está gritando “ajudem-me, ajudem-me”. Você viu o que aconteceu no Haiti, no Chile, os desastres com o petróleo, os vulcões, são todos avisos de que a Terra está carregada de energias não boas. Guerra, violências, crimes etc. etc. etc. Então, este ensinamento está tratando de dar um equilíbrio entre tanta energia não bem qualificada, não boa, e a energia boa. Esta é nossa finalidade. Não é fácil, não é rápido, mas se pode fazer.

 

SACERDOTE GÉRARD – O caminho espiritual, o caminho da realização é lento...

 

MADRE VIOLETA – Porém, se pode (alcançá-la).

Nota da Redação 5: Neste ponto da conversa reparei na decoração, violeta, do aposento em que nos encontrávamos. No sino de vento, atrás do sofá, acima de minha cabeça. Muitos quadros, fitas cassete e CDs com músicas e hinos que são cantados nas reuniões. Mídias já aposentadas, pois os ajudantes da Madre digitalizaram e colocaram todo o conteúdo no computador. Reparei também que a Madre Violeta, muito atenta aos movimentos de Valentino, ofereceu ao bebê o boneco de um Gnomo para brincar...

 

SACERDOTE GÉRARD – O que pode nos ensinar a respeito dos elementais?

 

MADRE VIOLETA – Graças aos elementais está o planeta. Você sabe fazer uma maçã? Você sabe fazer uma batata?

 

SACERDOTE GÉRARD – Não...

 

MADRE VIOLETA – Quem os faz? Os elementais. Você sabe fazer uma beija-rosa? Os elementares fazem. Então, eles nos dão o fogo, o ar (Pode viver sem respirar?), a água e a terra. Quase nada, não?

 

SACERDOTE GÉRARD – Quase tudo...

 

MADRE VIOLETA – Assim, nós amamos muito os elementais. As pessoas, quando não têm boas energias, nos causam danos a nós humanos e aos elementais também.

 

SACERDOTE GÉRARD – Há uma percepção...

 

MADRE VIOLETA – Então, se os elementais, quando sofrem, se enojam, se têm vingança, vêm inundações, vulcões e destroços. Haiti, Chile e demais.

 

SACERDOTE GÉRARD – Como podemos nos harmonizar com os elementais?

 

MADRE VIOLETA – Dando boa energia à vida. Não brigando, não discutindo, não tendo pensamentos negativos, não ter desagrado para com ninguém, não falar, não odiar. Tudo isto é má energia. E temos que cuidar com a energia.

 

SACERDOTE GÉRARD – A senhora os vê?

 

MADRE VIOLETA – Não! Eu os sinto. Não os vejo. Igual com os Mestres. Não os vejo, mas os sinto. De forma que há muito que fazer. Muito. E temos muita fé no que sai de nós. Se o que sai de nós é bom, bendiz a vida. Não sei se vocês sabem que, se mando algo a alguém, em três segundos esse algo chega a esta pessoa. O pensamento bom... Ou outro. Se é bom, é uma bênção. Se mau, é o contrário.

 

SACERDOTE GÉRARD – Como nos proteger disso tudo, como fechar o campo?

 

MADRE VIOLETA – Com o manto de luz. Nós nos envolvemos em um manto de luz. Porque sobre nossa cabeça está o que chamamos de “a Presença”. Ou seja, a imagem de Deus em nós. EU SOU luz. TU ÉS luz. A luz está sobre a cabeça e me faz um manto de luz. Pela manhã me cubro com a luz e, enquanto não faço nada mal, nada me pode tocar. Se faço algo equivocado, aparece uma ranhura, uma fissura, onde entra a coisa negativa, que vive fora. É isto.

 

SACERDOTE GÉRARD – Perfeito, simples. Mas, como a humanidade ignora as leis...

 

MADRE VIOLETA – Veja... A Bíblia, que é bem conhecida, diz que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Onde está esta imagem e semelhança? Na parte física?... Não. Está nesta luz que EU SOU, que TU ÉS, que TODOS SOMOS. Porque Deus é luz. A imagem de Deus em nós é luz. EU SOU luz. TU ÉS luz.

 

SACERDOTE GÉRARD – A realidade é o que não vemos...

 

MADRE VIOLETA – Porém... Porém, quando nos portamos bem, já não causamos danos a ninguém, essa luz nos vai envolvendo, e nos movendo a subir a ela, a elevarmo-nos a ela, quando já temos uma boa energia.

 

SACERDOTE GÉRARD – Madrecita, quero muito agradecer por sua acolhida essênia, que muito nos alegra, nos honra e enche de responsabilidade.

 

Encerramos a audiência meia hora antes do início do Servicio, como havia solicitado a Madre, para que ela pudesse se preparar. Fomos ao Santuário. A Madre havia mandado reservar dois lugares na primeira fila. Já havia pessoas presentes. Valentino pulou de colo em colo. “Precioso, este niño” foi o que mais se ouviu até que o silêncio se impusesse. A poltrona da Madre, colocada ao lado esquerdo do Altar, para quem olha de frente, está cuidadosamente posicionada próximo ao microfone da rádio e à webcam que grava as Instruções. Sobre o Altar, dois recipientes, enormes vasos, abarrotados de pedidos, preenchidos pelos frequentadores em formulários como este:

Em nome da Divina Presença EU SOU em mim, peço por

____________________

____________________

____________________

____________________
 

Despertar espiritual, transmutação,

liberação, perdão, alegria,

cura, harmonia, saúde, amor, misericórdia,

paz, trabalho e prosperidade, precipitação do bem.

Graças, Pai, que me ouviu.

 

Ou seja, muito daquilo que, em nosso egoísmo, nem sempre nos lembramos de pedir, já vem pré-impresso. Quando fui fazer meus próprios pedidos, a Madre interrompeu-me ternamente para ensinar: “Não se diz qual é o problema. Se pede o que é necessário, o que se deseja”. E recitou Mateus 7:7-8.

Sempre cuidadosa, palestrou mais lentamente naquela tarde, para facilitar nosso entendimento. Por diversas vezes arguiu-nos para se certificar de que tínhamos captado a mensagem ou o significado de alguma palavra especial. Traduziu ou buscou sinônimos para várias. Chegou a desculpar-se pelo fato de estar havia 69 anos sem treinar o Português. A misericórdia é mais bondosa do que requer a justiça.

Compartilhar: