Por Thoth, 3º Patriarca Expectante
Aquele dia eu estava só, no pequeno templo que existia em minha casa, em Guarapari, Espírito Santo. Esse templo foi inaugurado pelo querido Mestre Sevãnanda e por Mãezinha Sádhanã. Ali transcorreram grandes fatos, inigualáveis cerimônias e belíssimas vivências. Isso me fez retornar ao passado, trazendo-me imensurável saudade que se cristalizou em furtivas lágrimas. Eu acabava de fazer a cerimônia da Comunhão Expectante.
Só quem a recebe e a vive com intenso AMOR é que sabe e conhece a grandiosidade do seu valor MÍSTICO – OCULTO – INICIÁTICO. Logo em seguida, me sentei no lugar tantas vezes ocupado pelo amado Mestre. Comecei a meditar sobre a Comunhão e o valor da TRANSUBSTANCIAÇÃO das espécies.
Por favor, me deixem elucidar um pouco a essência em si do valor da palavra Transubstanciação
Segundo o Lello Universal: Vem de transubstância; mudança de uma substância para outra. Na Teologia: Mudança da substância do Pão e do Vinho no Corpo e Sangue de Jesus-O-Cristo, na Eucaristia.
Como disse, estava, pois, meditando sobre tão magno assunto, o qual, gerou e ainda gera dissidência entre os Teólogos desde muitos séculos, haja vista que a palavra TRANSUBSTANCIAÇÃO só começou a aparecer no século XII, segundo o Evangelho Esotérico de São João.
Também é de conhecimento esotérico da Igreja Expectante que; “O Cristo Solar se fez carne; Ele está tanto na poupa dos frutos como nos grãos do trigo”. Por isso Ele disse: “Este é meu corpo – Este é meu sangue”. Mateus, 26:26,27. E disse ainda: “Fazei isso em memória de mim”. Lucas,22:19, origem de todas as reuniões cristãs.
Eis uma das razões pelas quais, na Comunhão Expectante, o Mestre Sevãnanda decantou tanto sobre o Pão e o Vinho no contexto do Ritual criado por ele. Assim, as palavras pronunciadas sobre as espécies do Pão e do Vinho não mudam sua natureza em si, mas servem por demais para chamar a atenção pela invocação sobre esse fato de tão alta e relevante importância e, que nós esquecemos, que perdemos de vista pela nossa contumaz negligência, e, para que possamos absorver contritos a consubstanciação do Pão e do Vinho com o mais puro e SANTO RESPEITO.
Diz o Evangelho Esotérico de São João: “Quão longe estamos dos banquetes Eucarísticos dos primeiros séculos do Cristianismo, como o que está representado na catacumba da Capela Grega (1º terço do século II), onde vemos (7) sete personagens ao redor de uma mesa! Um deles parte o Pão; diante dele, vemos um cálice e dois pratos, um contendo dois peixes (os peixes simbólicos do Zodíaco), que representam o dualismo AMOR e CONHECIMENTO e, por consequência, o Cristo designado pela palavra “ICHTHUS” (peixe); o outro prato contém cinco Pães.
Os peixes zodiacais indicam a relação da vida solar com a vida do Cristo, cujo Sol é o coração, e ao qual os nossos são unidos, pois, ele está na origem do sangue, pelo alimento que absorvemos.
Pensava-se que a ideia da Eucaristia – Sacrifício era das tradições das religiões anteriores, nas quais se praticavam sacrifícios; mas é na antiga aliança, nos sacrifícios judeus, que se foi procurar o protótipo do sacrifício cristão. Trata-se também aí de mais uma (além de tantas outras) intromissão do judaísmo” (sic).
A Transubstanciação através da nossa comunhão, sendo sentida pela nossa plena conscientização, nos eleva, nos integra com tudo e com o TODO. Pois bem sabemos que tudo que existe está integrado e impregnado com as radiações solares, logo, é óbvio, com o Cristo solar. Ou seja, a Fonte Energética do nosso sistema Solar; parte integrante do infinito Criador, razão certíssima de quando Jesus o Cristo disse: “Eu e o Pai somos um”. João, 19:30
A Transubstanciação não é só efetuada nas substâncias da Natureza, mas pode ser admitida e interpretada como tal, quando fazemos a nossa mudança interior, transmutando os nossos vilíssimos sentimentos do EU INFERIOR.para os altruísticos sentimentos do EU SUPERIOR. Isso só é feito quando, no cadinho aquecido pelo inigualável calor do AMOR dos nossos corações, colocamos para fundir: O Ódio; Rancor, mau Gênio, Ciúme, Inveja, Egoísmo e muitos outros substantivos negativos, ou seja, as nossas incúrias, que são os metais de baixo valor, para transformá-los no mais puro OURO ESPIRITUAL... Esta transubstanciação aqui expressa é e pode ser uma alegoria para que fique caracterizada a elasticidade das coisas e cousas!....
Portanto, a comunhão Expectante, além do seu lado místico, moral, é também um ato social, pois, procurando expressar nossa esperança; diz o Mestre Sevãnanda: ... “Que todos possam ter o Pão da Experiência, alimento do corpo, possam também ter o Vinho para sentir e compreender que o nosso sangue humano é um só, que corre por Amarelos, Brancos, Vermelhos e Negros, pobres e ricos, sãos e doentes e que somos um só indivíduo COLETIVO”. Que expressividade belíssima a do Mestre!...
Cada religião, credo, seita e filosofia tem seus Rituais e Cerimoniais e fazem suas comunhões a seu modo, ao seu sentir. Nós Expectantes respeitamos todas as maneiras de ser. O importante é que se faça ALGUMA COISA!